Eu já estava há algumas semanas tendo várias crises de
pânico, e indicada pelos médicos do pronto socorro e pelo cardiologista decidi
procurar um psiquiatra.
Quando liguei para marcar um psiquiatra o primeiro sentimento
que tive foi vergonha, sim vergonha!
Muitos, inclusive eu, tinha muitos pré-conceitos com
psiquiatras. Acreditamos que apenas fracos procuram esse profissional, sendo
que na verdade, quem tem coragem de enfrentar seus medos, é tudo menos uma pessoa
fracassada!
O primeiro psiquiatra que eu passei já me diagnosticou com
SÍNDROME DO PÂNICO. Me passou um ansiolítico e um calmante natural. Porém eu
literalmente não acreditei no que ele disse... afinal ele mal conversou comigo
e na minha mente ele só estava a fim de me entupir de remédios que me fariam
mais mal do que bem.
Com certeza eu engordaria, enlouqueceria (mais ainda) e não
resolveria nada. Pra mim os remédios de "tarja preta" não seriam a solução...
Mesmo assim comprei o remédio, ao ler a bula, tive certeza
de que eu teria TODOS aqueles efeitos colaterais, e dito e feito... meu coração
parecia mais incontrolável ainda, meu cérebro parecia sobrecarregado, eu suava
frio e tremia.
Abandonei o medicamento na terceira dose. Não suportaria
viver com aquilo.
Então procurei auxílio espiritual. Por ter uma família extremamente
evangélica, todos diziam que isso era falta de Deus. Falta de ir a igreja e de
implorar misericórdia.
Eu comecei a ir em cultos que não me curavam, aumentavam a
minha ansiedade e me faziam se sentir culpada. ÓBVIO que eu estava fazendo algo
errado, claro que eu não estava querendo o suficiente.
Vieram pessoas na minha casa fazer orações... pessoas de
várias igrejas. Oravam por mim, e eu só sabia chorar e me perguntar PORQUE eu
estava enlouquecendo. Deus estava me castigando? O que eu tinha feito de tão terrível?
A ajuda espiritual, a fé, é super importante, mas ao mesmo tempo, quando você tem uma doença, as vezes só a fé não é suficiente. É como quebrar uma perna e ao invés de ir ao ortopedista engessar você ir apenas a igreja!!!
Eu confiava, eu acreditava, mas os sintomas só pioravam.
Foi então que decidi sair do serviço, minha chefe quis me dar férias, mas eu simplesmente não suportava mais. Eu sofria muito pra chegar no serviço, e quando conseguia chegar, eu geralmente ligava pro meu pai ou pro meu namorado ir me buscar porque eu estava morrendo e precisava ir ao médico.
Quando eu sai do serviço - em meados de março de 2012 - eu me embuti dentro de casa!!!
Só saia de carro, e apenas com o namorado... não tinha vontade de ver amigos ou pessoas qualquer.
Ia pra faculdade porém mal prestava atenção na aula.
Sentia vergonha, culpa e medo!!!!
Como explicar pras pessoas o que ou como eu me sentia sem parecer uma louca?
Claro que algumas pessoas permaneceram ao meu lado, algumas me abraçavam nos meus momentos de crise... mas a maioria eu apenas afastei.
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