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sexta-feira, 27 de julho de 2018

Procurando ajuda.


Eu já estava há algumas semanas tendo várias crises de pânico, e indicada pelos médicos do pronto socorro e pelo cardiologista decidi procurar um psiquiatra.

Quando liguei para marcar um psiquiatra o primeiro sentimento que tive foi vergonha, sim vergonha!
Muitos, inclusive eu, tinha muitos pré-conceitos com psiquiatras. Acreditamos que apenas fracos procuram esse profissional, sendo que na verdade, quem tem coragem de enfrentar seus medos, é tudo menos uma pessoa fracassada!

O primeiro psiquiatra que eu passei já me diagnosticou com SÍNDROME DO PÂNICO. Me passou um ansiolítico e um calmante natural. Porém eu literalmente não acreditei no que ele disse... afinal ele mal conversou comigo e na minha mente ele só estava a fim de me entupir de remédios que me fariam mais mal do que bem.

Com certeza eu engordaria, enlouqueceria (mais ainda) e não resolveria nada. Pra mim os remédios de "tarja preta" não seriam a solução...

Mesmo assim comprei o remédio, ao ler a bula, tive certeza de que eu teria TODOS aqueles efeitos colaterais, e dito e feito... meu coração parecia mais incontrolável ainda, meu cérebro parecia sobrecarregado, eu suava frio e tremia.

Abandonei o medicamento na terceira dose. Não suportaria viver com aquilo.

Então procurei auxílio espiritual. Por ter uma família extremamente evangélica, todos diziam que isso era falta de Deus. Falta de ir a igreja e de implorar misericórdia.

Eu comecei a ir em cultos que não me curavam, aumentavam a minha ansiedade e me faziam se sentir culpada. ÓBVIO que eu estava fazendo algo errado, claro que eu não estava querendo o suficiente.

Vieram pessoas na minha casa fazer orações... pessoas de várias igrejas. Oravam por mim, e eu só sabia chorar e me perguntar PORQUE eu estava enlouquecendo. Deus estava me castigando? O que eu tinha feito de tão terrível?

A ajuda espiritual, a fé, é super importante, mas ao mesmo tempo, quando você tem uma doença, as vezes só a fé não é suficiente. É como quebrar uma perna e ao invés de ir ao ortopedista engessar você ir apenas a igreja!!!

Eu confiava, eu acreditava, mas os sintomas só pioravam.

Foi então que decidi sair do serviço, minha chefe quis me dar férias, mas eu simplesmente não suportava mais. Eu sofria muito pra chegar no serviço, e quando conseguia chegar, eu geralmente ligava pro meu pai ou pro meu namorado ir me buscar porque eu estava morrendo e precisava ir ao médico.

Quando eu sai do serviço - em meados de março de 2012 - eu me embuti dentro de casa!!!

Só saia de carro, e apenas com o namorado... não tinha vontade de ver amigos ou pessoas qualquer.

Ia pra faculdade porém mal prestava atenção na aula.

Sentia vergonha, culpa e medo!!!!

Como explicar pras pessoas o que ou como eu me sentia sem parecer uma louca?

Claro que algumas pessoas permaneceram ao meu lado, algumas me abraçavam nos meus momentos de crise... mas a maioria eu apenas afastei.







terça-feira, 24 de julho de 2018

e as crises foram ficando mais frequentes...


... logo após o episódio do trem, acreditando ser um caso isolado, continuei minha rotina (trabalho, saída, namoro, faculdade, amigos...)

Porém em menos de uma semana passei mal novamente no trem.

Sentindo novamente sintomas de:

*coração acelerado
*tremor no corpo
*desequilíbrio
*sensação de desmaio

E então eu entrava no trem, conseguia ficar dentro dele duas estações, descia... e entrava no próximo trem.

Uma colega chegou a comentar que eu poderia estar grávida e que isso na verdade era enjôo.

A única coisa que eu pensava é que tinha algo de errado comigo e eu iria morrer. Não tinha outra explicação... provavelmente meu coração estava sobrecarregado. Eu literalmente acreditava que ele iria EXPLODIR. (?)

Então comecei a ir trabalhar de ônibus, pois só de me imaginar entrando no trem eu suava frio. Na primeira viagem foi tudo maravilhoso.

Mas então comecei a sentir as mesmas sensações no ônibus... e começou meu real tormento... pra conseguir me locomover em SP, o trajeto que demorava em torno de 2 horas pra chegar no serviço, aumentou pra três horas pois eu chegava a pegar mais de 6 ônibus para conseguir chegar.

Entrava no ônibus passava um tempo começava a passar mal, ai eu tinha que descer, respirar e pegar outro ônibus....

Claro que sentia que havia algo de errado, que sentir isso não era normal, já estava afetando minha vida totalmente.

As crises começaram a ficar mais intensas e ocorrerem em qualquer lugar, agora eu não precisava mais estar dentro do transporte público. Eu tinha essas crises (com os sintomas já relatados) no trabalho, em casa, na rua, na faculdade. E pensava que eu estava enlouquecendo.

Cheguei a ser levado ao pronto socorro mais de uma vez, porque eu sempre tinha certeza que eu estava morrendo e precisava de socorro, fazia eletro, não tinha nada de anormal com meu coração...

Era medicada com algum calmante e em 30 minutos eu já estava tombada e sem sentir mais nada.

Em um dos episódios, quando eu comecei a evitar tudo que eu acreditava que poderia me causar essas sensações (como ônibus) eu andei mais de 5km (uma pessoa totalmente sedentária) para não ter de entrar no meu inferno particular.

Comecei a gastar dinheiro com táxi (não, não existia Uber) e comecei a me isolar dentro de mim mesma. Andando apavorada crente que a qualquer momento eu poderia cair estatelada no chão.

Eu tinha uma crença de que me coração bateria tão forte ao ponto de romper meu peito e literalmente explodir!!!!!!!

Claro que logicamente consigo ler essa frase e acreditar que as chances disso acontecer são praticamente mínimas. Ainda mais em uma jovem que chegou a ir no cardiologista e fazer todos os exames possíveis.

Mas a sensação era tão real que eu só queria fugir de mim mesma.

Minha vida estava começando a girar em torno das minhas sensações físicas e da sensação constante da morte estar me rondando.

SINTO ELA ME RONDANDO

 Pois é, já estamos em 2023 e eu tinha acabado de dar meu depoimento em um grupo de whatsapp de como havia me curado da síndrome do pânico c...