terça-feira, 24 de julho de 2018

e as crises foram ficando mais frequentes...


... logo após o episódio do trem, acreditando ser um caso isolado, continuei minha rotina (trabalho, saída, namoro, faculdade, amigos...)

Porém em menos de uma semana passei mal novamente no trem.

Sentindo novamente sintomas de:

*coração acelerado
*tremor no corpo
*desequilíbrio
*sensação de desmaio

E então eu entrava no trem, conseguia ficar dentro dele duas estações, descia... e entrava no próximo trem.

Uma colega chegou a comentar que eu poderia estar grávida e que isso na verdade era enjôo.

A única coisa que eu pensava é que tinha algo de errado comigo e eu iria morrer. Não tinha outra explicação... provavelmente meu coração estava sobrecarregado. Eu literalmente acreditava que ele iria EXPLODIR. (?)

Então comecei a ir trabalhar de ônibus, pois só de me imaginar entrando no trem eu suava frio. Na primeira viagem foi tudo maravilhoso.

Mas então comecei a sentir as mesmas sensações no ônibus... e começou meu real tormento... pra conseguir me locomover em SP, o trajeto que demorava em torno de 2 horas pra chegar no serviço, aumentou pra três horas pois eu chegava a pegar mais de 6 ônibus para conseguir chegar.

Entrava no ônibus passava um tempo começava a passar mal, ai eu tinha que descer, respirar e pegar outro ônibus....

Claro que sentia que havia algo de errado, que sentir isso não era normal, já estava afetando minha vida totalmente.

As crises começaram a ficar mais intensas e ocorrerem em qualquer lugar, agora eu não precisava mais estar dentro do transporte público. Eu tinha essas crises (com os sintomas já relatados) no trabalho, em casa, na rua, na faculdade. E pensava que eu estava enlouquecendo.

Cheguei a ser levado ao pronto socorro mais de uma vez, porque eu sempre tinha certeza que eu estava morrendo e precisava de socorro, fazia eletro, não tinha nada de anormal com meu coração...

Era medicada com algum calmante e em 30 minutos eu já estava tombada e sem sentir mais nada.

Em um dos episódios, quando eu comecei a evitar tudo que eu acreditava que poderia me causar essas sensações (como ônibus) eu andei mais de 5km (uma pessoa totalmente sedentária) para não ter de entrar no meu inferno particular.

Comecei a gastar dinheiro com táxi (não, não existia Uber) e comecei a me isolar dentro de mim mesma. Andando apavorada crente que a qualquer momento eu poderia cair estatelada no chão.

Eu tinha uma crença de que me coração bateria tão forte ao ponto de romper meu peito e literalmente explodir!!!!!!!

Claro que logicamente consigo ler essa frase e acreditar que as chances disso acontecer são praticamente mínimas. Ainda mais em uma jovem que chegou a ir no cardiologista e fazer todos os exames possíveis.

Mas a sensação era tão real que eu só queria fugir de mim mesma.

Minha vida estava começando a girar em torno das minhas sensações físicas e da sensação constante da morte estar me rondando.

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