sábado, 1 de julho de 2023

SINTO ELA ME RONDANDO

 Pois é, já estamos em 2023 e eu tinha acabado de dar meu depoimento em um grupo de whatsapp de como havia me curado da síndrome do pânico com ajuda da terapia e medicação.

Pode parecer piada, brincadeira do destino ou uma pitada de ironia da vida mas algumas horas depois estava eu dentro do uber quando ela me atacou.

É certo que eu estava indo fazer algo que me deixa desconfortável = socializar. Eu sou uma pessoa que não sabe puxar conversas ou falar de tudo um pouco de forma leve. Sabe aquelas pessoas que sabe um pouco de tudo, que leu um pouco de tudo, que tem bagagem cultural? Aquelas pessoas a la Reinaldo Azevedo? 

Eu sou o oposto disso, quando me sento com pessoas interessantes me sinto extremamente fútil porque não consigo acompanhar todos os assuntos.

Ainda assim eu me sentia bem, me sentia capaz e ok em ir cumprir a agenda e participar de um encontro de mulheres advogadas!!! Seria importante para mim, para meu networking e para minha saúde mental. Algo necessário. 

Mas a caminho do local dentro do Uber comecei a sentir uma certa náusea, pensei "é fome Bruna, guenta ai", logo se juntaram outros sintomas e comecei a suar frio, meu coração parecia que batia na minha garganta e comecei e tremer.

Nesses momentos eu sei que estou começando a entrar em uma crise de ansiedade e tenho dois caminhos:

Opção 01: Entrar na ansiedade. Deixar os sintomas consumirem meu raciocínio, ter certeza que eu iria desmaiar ou morrer. Isso significava que eu iria implorar pro motorista parar o carro ("foda-se que estamos no meio da Marginal") - nesses momentos eu sinto como se estivesse na entrada de um túnel, não um túnel normal mas aqueles em espiral em preto e branco que afunila ao final e que estou me segurando com as duas mãos na borda mas algo tenta fazer eu pular de cabeça nesse túnel. E eu conheço o final desse túnel, eu sei que o caminho dentro dele e o fundo dele não são nada bons.

Opção 02: Lutar com minha mente sem folga, sem pausa para que ela não fosse consumida pelos sintomas do meu corpo. E que luta difícil. Mas eu sabia que tinha que me manter na borda desse túnel... me segurar como eu podia para não entrar nele.

Sabe, na terapia a gente aprende exercícios de respiração então tentei respirar, me senti pior pensando em inspirar, expiraaar... fui para outra alternativa e pedi para minha irmã me mandar vídeos dos meus cachorros (isso costuma me acalmar), e ela já sabendo que eu estava em crise começou a fazer graças e mudar meu foco. 

Consegui chegar no meu destino sem surtar e sem "pirar", ainda assim eu não estava BEM, não estava no meu normal e sentia o cheiro dela me rondando... me sentia culpada e só queria minha casa, minha cama e meus cachorros. Deitar em posição fetal e chorar até não poder mais.

Meu esposo (sim eu me casei esse ano ♥) estava próximo a mim e foi me encontrar para me levar embora... zero condições de socializar enquanto tentava controlar o monstro dentro de mim.

No caminho do shopping até em casa me acalmei, paramos no mercado, pegamos os cachorros e consegui fazer todas as minhas tarefas. Não precisei deitar e chorar...

Quero acreditar que isso tem conexão com a nova medicação que estou tomando. Não quero retroceder e as vezes eu sinto que um passo em falso e eu estarei em 2012 trancada dentro do quarto com medo da morte mas sem viver a vida.

Também penso que as vezes é isso, manter a ansiedade controlada não significa que ela vai te deixar em paz... as vezes só significa que você vai continuar lutando contra ela para sempre mas agora você sabe que armas usar e como usar para não ser engolida por ela.

Escrevendo esse texto me dei conta de que ontem EU VENCI uma batalha. Não segui meus planos, não socializei e não tive uma vida "normal" MAS eu também não precisei tomar rivotril, não precisei correr pro pronto socorro e não surtei ao ponto de chorar e me desesperar totalmente. Isso conta como algo bom não?

Acredito que sim e é a isso que vou me apegar. Foi mais um dia que ela quase me pegou, mas NÃO pegou.












segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Retrospectiva 2018 (:

ÚLTIMO DIA DE DOIS MIL E DEZOITO...

Claro que os ultimos dias, tenho refletido muito sobre como foi meu ano, e o que eu espero de 2019. Afinal finais de anos pra mim sempre significou encerramento de ciclos e RECOMEÇOS. Aquela época de sonhar.

Enfim...

Resolvi fazer minha retrospectiva de 2018, e olha lembrei de fatos que eu tinha esquecido total :O

Já vou avisando que tentei seguir uma linha do tempo, mas não rolou. Rs.

O ano de 2018 começou com o "pé direito", rs. Minhas crianças (meus K's) estavam comigo em São Paulo, e conseguimos aproveitar alguns dias juntos.

Mas ai em Fevereiro já começamos a desabar. Perdemos meu vôzinho 😞😞😞 ele estava sofrendo muito neste plano então apesar de ter sido uma partida doida para nós que ficamos, acredito muito que ele foi em paz.

Com o falecimento do meu Nonô a vida esfregou na minha cara que vc pode planejar cada detalhe de sua vida mas não significa que vai sair conforme os planos.

Troquei de psicologo. Uma decisão dificil mas mto assertiva. Uma das melhores coisas que fiz... isso me abriu os olhos para: OK esse psicologo não estar mais na mesma vibe que você, e ok você ir procurar outro que atenda melhor suas necessidades.

Parei de tomar escitalopran. SIIIM. PAREI (com auxilio e não auxilio médico), passei por uma crise de abstinência terrível, uns quinze dias com tontura, mal estar... ansiedade alta. Mas PASSEI. EU PASSEI.
Parei de tomar porque não estava enxergando mudanças reais com ou sem remédio. Não consegui visualizar nada de bom vindo do medicamento.

Joguei a ultima copa Lily Parr feita "dentro" da copa Triffon e pra fechar com chave de ouro foi a segunda melhor triffon pra mim. Me senti novamente como na primeira vez que participei ❤❤❤ e dessa vez tive (pela primeira vez) torcida de casa. Irmã. Namorado. Cunhado.

Passamos por algo que nunca esperávamos: ter duas avós internadas ao mesmo tempo (motivos e hospital diferentes). O mês de agosto da família Queiroz/Jesus foi praticamente 99% dentro de um hospital.

Perdemos minha vozinha paterna, e sim, essa perda foi inesperada, surpreendente. Ai dona Zezé que não perdia um especial de natal do Roberto Carlos. Que foi a mulher mais cheirosa que já conheci e com certeza a que mais amou meu pai ❤ e a mulher que ele mais amou.

Mesmo qndo pensei que não passariamos por essa perda, que não conseguiriamos sermos fortes o suficiente pro meu pai que iniciou 2018 com seu pai e sua mãe, e esta encerrando o ano sem ter nenhum dos dois. E tudo que eu pensava (e penso) era eu tenho que ser forte por ele, e mesmo quando eu achei que ia desmoronar, que ele iria desmoronar, que não suportaria... continuamos de pé e passamos por essa. Estamos passando. Estamos aprendendo a lidar com a perda! E novamente com a vida gritando em letras garrafais que não temos o controle de NADA.

Lembrando que enquanto passavamos pela despedida de minha vó Zezé, que precisavamos ser fortes pelo meu pai, minha avó Manoelina ainda estava internada e precisavamos ser fortes pela minha mãe. Precisavamos continuar passando pra ela esperança, a ajudando no hospital. E também PASSAMOS por isso. #Amém.

Resgatei dois cachorros: Farofa e Pantera. A Pantera na verdade eu so a recolhi porque ela foi resgatada por um casal FODA que tive o prazer de ser apresentada em 2018, e como um milagre a Pantera apareceu para mim e para eles.

O Farofa passou uma temporada conosco e foi adotado ❤

O Bethoven mudou pra um novo lar temporário, sendo cuidado por uma mulher FODA que 2018 me apresentou, e finalmente ele está tendo o que merece: amor humano, cuidado humano, contato humano, e tem três irmãos "postiços" (tbem cachorros) que o aceitaram e o abraçaram como parte REAL da família.

Fiz minha primeira CÃOminhada com meus amores Bianca e meus doguinhos.

Castrei meus cachorros e coloquei neles plaquinha de identificação... (finalmente depois de ter pregado pra todos que conheço a importância de castrar os animais e de identificá-los... agora posso falar com PROPRIEDADE)

Meus cachorros aprenderam os comandos do: SENTA e DEITA 😂😂😂 - sério vocês não tem noção de como eu achava impossível eles aprenderem.

Caramelo e Chocolate passaram por uma pior fase (ate o momento).

Chocolate quase cegou o Caramelo e as brigas estavam tão constantes que achei que eles nunca mais conseguiriram ficar juntos no mesmo ambiente. Eu chorei e sofri muito por ver meus dois animais, meus dois amores, não suportando OLHAR um pra cara do outro, sem se ferirem real.

Mas graças a Deus - a castração e o adestramento - melhorou muito eles. E agora eles voltaram a ser SÓ LOVE - entre aspas porque o Chocolate ainda se extressa com o Caramelo e vice e versa. Mas estão convivendo mais que bem, estão juntos, estão só amores #AMÉM.

Fui ver meu SPFC jogar, joguei boliche, joguei mto mto mto UNO.

Reformei meu quarto. Ou iniciei a reforma? Rs
Pq ainda falta colocar minhas estantes - que nem comprei ainda 😬😱

Fiz algo que nunca se quer imaginei: me inscrevi em um programa de tv de culinaria e ENTREI 😂😂😂 uma experiência do caralho (sorry mãe o palavrão, de novo).
Cozinhei uma merda (MESMO) mas ri demais e me joguei. Amei participar. E amei ter minha mãe como minha base.

Foi um ano que testei: unha em gel, unha de fibra de vidro e olha NADA MELHOR QUE NOSSA PRÓPRIA UNHA. Rs. Mesmo que ela seja cotoquinho... juro!!!!!!!!!!!!!! Financeiramente e até pra nossa mente, nada melhor que nossa unha.

Fiz minha primeira sustentação oral no TJSP - e SOBREVIVI a isso. Foi um dos dias mais tensos e ansiosos do ano. E eu PASSEI.

Tirei meu aparelho - finalmente né kirida, mais de DEZ ANOS usando. Rs.

Dei o primeiro passo pra meu projeto casinha.

Viajei pra Cajati pra ver meus K's. (Thanks namorado)

Xinguei mto o resultado das eleições, tive (e estou) com medo do que esta por vir, politicamente falando.

Chorei por Marielle e Anderson, chorei por nós mulheres, chorei pelos animais (apesar de não ter conseguido virar vegetariana ainda. Não sei qual meu problema)

Peguei ranço de Anitta, amei Anitta, peguei ranço denovo, amei de novo, peguei ranço, amei, amei, ranço, amei, ranço. Agora nem sei se estou na fase de ranço ou amor HAHAHAHA. (Anitta deve estar supeeer preocupada com isso, aliás).

Passeamos por pontos lindos e turisticos de SP: MEU SEMPRE IBIRA ❤❤❤ (tomem nota que um dia ainda irei morar com vista pro Parque naqueles apes de “um por andar” 😬😬😬)

Conhecemos finalmente a Rua Avanhadava - tao romanticazinha, com o o boy... Passeamos na Liberdade. E claro como uma boa paulistana fui ver a árvore de natal do Ibira.

Engordei fucking SETE KILOS.

Me achei gata pra caralho, gostosaaaa demais, muitoo magricela, muito gorda, horrorosa, ridicula, maravilhosa, linda, feia... enfim... hahahaha.

Falhei na missão blogueirinha.

Falhei na missão cultivar amizades.

Fiz pilates por seis meses (adorei) pena que não rolou manter.

Pintei meu cabelo depois de DOIS ANOS na "seca" de pintura hehehe. Finalmente meu cabelo está bonito no modo cacheado, a transição acabou 100%.

CUMPRI METAS QUE PROPUS DE INICIO DE ANOOO!!!!! Sério isso foi algo quase inédito.
ETAAA PORRA. (sorry mãe, de novo, rs)

Fiquei doente! Nossa fiquei doente demaaais. Tive gripe anual triplicada. Teve viagem pra Pomerode doente.

Teve casamento de mais um primo. Eta que cada ano agora é um/dois.

Teve PRAIA (amém, Glória a Deus)!

Teve muitas primeiras vez profissionalmente.

Teve MUITAAAA mascara facial - estou viciada nisso, me julguem.

Teve TRADIÇÃO no meu aniver (spa, spa, spaaaa).

Teve “perca” da minha braço direito profissional, que foi alçar vôos maiores.

Teve muita ajuda para todos os cachorros que pedi. (GRATIDÃO POR ISSO)

Teve muito stress. Choro demais. Mas tbem teve os momentos otimos

Foi um ano puxado demais, nenhum ano que perdemos alguém que amamos é um ano bom. E esse ano MEU DEUS esse ano, foi dificil e desafiador para mim e para minha família.

Mas teve aprendizado. Coragem. Fé. E amor aaaa teve amor demais.

TENHO CERTEZA QUE A GRANDE LIÇÃO DESSE ANO FOI: "TOME TENTO QUE VOCÊ NÃO PODE CONTROLAR NEM SUA PROPRIA VIDA KIRIDA, ENTÃO ACEITA. ACEITA QUE DÓI MENOS, E SÓ VAI".

Como eu disse, NÓS PASSAMOS. E hoje estaremos todos aqui, eu, meus pais, meus cachorros, minha irmã, meu namorado, e quase todos que foram importantes pra mim esse ano comemorando, agradecendo, e na mesma sintonia de que queremos um 2019 LEVE!


sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Convite para refletir...


Que tal parar alguns instantes e olhar pra dentro de ti?

Esses dias, em um grupo de ajuda que participo, rolou uma dinâmica MUITO legal. E que parece simples... mas quando fui cumprir vi que não era assim tão simples não.

O desafio era: 

Cite CINCO coisas que você sabe fazer, e que seja BOA nisso. Sem vergonhas ou limitações.

Eu simplesmente TRAVEI. Poxa eu conseguiria fazer uma lista de A até Z, de 0 ao infinito listando meus defeitos, pontos a melhorar, mas pra falar BEM ou em algo em que sou BOA eu não conseguia...

E poxa vida, porque é fácil valorizar o que o outro faz de bom "nossa queria ser como a pessoa X que é super paciente" ou "nossa eu admiro tanto  Sr. Y porque ele sabe estacionar muito bem".
Mas quando olhamos pra nós só nos diminuímos e vemos os pontos ruins?

No processo da listagem, meu lado sabotador, quando eu conseguia pensar em algo pra entrar na lista já aparecia cheio de certezas falando:

"É... você é até boa nisso... mas olha direito... você não é tãooo boa nisso quanto pensa por causa disso, disso e disso".

OU

"Tá isso é bom, mas pode ser ruim também né?"

Eu demorei horas para conseguir fazer a minha pequena lista, e no final ao olhar pra ela eu senti um ORGULHO imenso da minha própria pessoa ♥


Um, por conseguir terminar a lista e dois por ter me permitido me ver de outra forma.
De uma forma mais carinhosa, mais respeitosa. Eu pude me amar por ser quem eu sou...

Então eu vou deixar aqui minha listinha, e, convido vocês a fazerem uma reflexão, a olhar pra si mesmo de um modo mais carinhoso e listar cinco coisas em que você é BOA.

1 - Tenho uma ótima dicção, do tipo que poderia ser uma radialista.

2 - Sou boa para ensinar as pessoas (em coisas relacionadas a escola/faculdade) até em matérias que não domino, se eu parar alguns minutos para ler consigo transmitir.

3 - Sou boa de memória e em detalhes, ou seja, sou boa detetive.

4 - Sou boa em escrever cartas e tenho uma caligrafia bonita.

5 - Sou boa motorista.


OBS: Imagem retirada da internet.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Voltando a andar de ônibus?


Eu nem consigo me lembrar quando foi a última vez que eu andei de ônibus na minha vida, sei que foi em 2012, ou seja, há 06 anos atrás... mas não consigo me lembrar como foi, onde foi ou porque foi.

Me esforcei pra tentar relembrar como era quando eu andava de ônibus simplesmente pensando em chegar ao meu destino, tão tranquila que eu poderia dormir tranquilamente...
De qualquer forma, andar de ônibus em uma grande cidade como São Paulo tem muitos benefícios, tais como: menos trânsito, poder ler, cochilar, enquanto outra pessoa dirige pra você. Ou simplesmente ir encontrar alguém gastando pouco.

Mas ultimamente só de pensar entrar no ônibus minha ansiedade vai de 30 a 100. Meu coração acelera, eu começo a tremer e me agarro no medo.

Há cinco meses atrás comecei a VISUALIZAR eu andando até o ponto de ônibus, dando sinal, entrando no ônibus, sentando e descendo. Fiz isso por M E S E S. Até ter coragem de solicitar um bilhete único pra mim.

E há um mês fui até o terminal de ônibus, retirei meu bilhete e carreguei.

Parece tudo pouca coisa né?

Até pra mim eu olho isso e penso NOSSA KIRIDA GRANDE COISA.

Mas é grande coisa sim, qualquer coisa relacionada a transporte público é um gatilho enorme pra mim. E aceitar que pequenos passos são necessários e através deles você pode chegar longe parece bobo mas é COISA PRA CARAMBA; trabalhei muito na terapia e ainda trabalho para me aceitar e aceitar que devagar eu posso ir.

Enfim, após uma boa preparação psicológica eu tive coragem de entrar dentro de um ônibus no dia 02/08/2018 as 18:20.

Como eu me senti?

Minha ansiedade estava em uma crescente, o ônibus estava vazio, e consegui sentar, escolhi um banco perto da porta de saída, já pensando em uma necessidade de fuga!!!

Consegui ficar no ônibus três pontos, porque quando eu percebi que não conseguiria ignorar as sensações ruins que meu corpo estava produzindo: suor, tremedeira, coração acelerado, eu levantei e DESCI. 

Confesso que me senti feliz mas não satisfeita, acredito que eu poderia ter brigado um pouco mais com a minha ansiedade e me mantido firme. Não dá pra ficar tão orgulhosa apesar de achar que eu deveria.

Porém hoje vi no instagram da @mbottan que está acompanhando essa postagem, que resume exatamente isso, que de pequenos passos em pequenos passos conseguimos percorrer grandes trajetos.

Por isso vou me permitir a ficar feliz e a saborear isso. Pra quem jamais pensava que teria coragem de colocar os pés dentro de um ônibus novamente, andar alguns metros foi sim uma conquista!!!!!! Confesso que estou assustada, e temerosa em relação aos próximos passos, quando conseguirei dar esses próximos passos, mas estou confiante em viver um passo de cada vez.



segunda-feira, 30 de julho de 2018

Começando a medicação...


A Bruna que eu conhecia, sorridente, baladeira, que adorava andar de trem, ir em parques de diversões e nunca havia se preocupado com locais cheios, estava sumindo a cada dia.

Eu não reconhecia a mulher medrosa que eu estava me tornando.

Minha vida girava ao redor do medo, e graças a isso, já havia saído do serviço, mal ia as aulas na faculdade, e ficava apenas em casa!

Ainda estava me esforçando a ir no psiquiatra, mas o único medicamento que eu tomava era calmante nos momentos de crise, que me faziam dormir... 

No terceiro psiquiatra que eu me consultei, no Hospital Santa Cruz, eu finalmente encontrei um médico que me passasse segurança e confiança.

IMPORTANTÍSSIMO: Se você passa por uma situação como depressão, ansiedade, TOC, síndrome do pânico, fobias, ou outras coisas similares, NÃO DESISTA DE PROCURAR UM PROFISSIONAL. E procure até encontrar um profissional que lhe passe segurança e confiança. Lembrando que o médico que é maravilhoso pra mim, pode ser terrível pra ti. Por isso é importante você buscar alguém que seja bom PRA VOCÊ.

O Dr. (irei chamá-lo de Dr. T) foi extremamente gentil comigo, ouviu todas as minhas queixas e foi super sincero em relação ao medicamento, tirou TODAS as minhas dúvidas, até as mais "bestas", além de começar as dosagens de maneira bem pequena (1/4 de comprimido) para eu ir me acostumando com a ideia de tomar uma droga diariamente, além de reduzir a mg do calmante que eu tomava, me passando apenas um comprimido sublingual pra eu tomar pré crises.

Sai de lá finalmente com segurança de que o medicamento era necessário e que eu poderia e PRECISAVA tomá-lo.

A primeira semana tomando o medicamento foi terrível, eu fui pro inferno e voltei algumas vezes. Eu tive aumento de ansiedade, taquicardia, suores, tremores... acordava no meio da noite com crises que faziam eu acordar meus pais.

Porém na segunda visita ao psiquiatra, um mês depois, eu já me sentia menos pior... ainda precisava aumentar o medicamento, mas posso dizer que ele foi um aliado importantíssimo pra eu voltar a minha rotina!!!


sexta-feira, 27 de julho de 2018

Procurando ajuda.


Eu já estava há algumas semanas tendo várias crises de pânico, e indicada pelos médicos do pronto socorro e pelo cardiologista decidi procurar um psiquiatra.

Quando liguei para marcar um psiquiatra o primeiro sentimento que tive foi vergonha, sim vergonha!
Muitos, inclusive eu, tinha muitos pré-conceitos com psiquiatras. Acreditamos que apenas fracos procuram esse profissional, sendo que na verdade, quem tem coragem de enfrentar seus medos, é tudo menos uma pessoa fracassada!

O primeiro psiquiatra que eu passei já me diagnosticou com SÍNDROME DO PÂNICO. Me passou um ansiolítico e um calmante natural. Porém eu literalmente não acreditei no que ele disse... afinal ele mal conversou comigo e na minha mente ele só estava a fim de me entupir de remédios que me fariam mais mal do que bem.

Com certeza eu engordaria, enlouqueceria (mais ainda) e não resolveria nada. Pra mim os remédios de "tarja preta" não seriam a solução...

Mesmo assim comprei o remédio, ao ler a bula, tive certeza de que eu teria TODOS aqueles efeitos colaterais, e dito e feito... meu coração parecia mais incontrolável ainda, meu cérebro parecia sobrecarregado, eu suava frio e tremia.

Abandonei o medicamento na terceira dose. Não suportaria viver com aquilo.

Então procurei auxílio espiritual. Por ter uma família extremamente evangélica, todos diziam que isso era falta de Deus. Falta de ir a igreja e de implorar misericórdia.

Eu comecei a ir em cultos que não me curavam, aumentavam a minha ansiedade e me faziam se sentir culpada. ÓBVIO que eu estava fazendo algo errado, claro que eu não estava querendo o suficiente.

Vieram pessoas na minha casa fazer orações... pessoas de várias igrejas. Oravam por mim, e eu só sabia chorar e me perguntar PORQUE eu estava enlouquecendo. Deus estava me castigando? O que eu tinha feito de tão terrível?

A ajuda espiritual, a fé, é super importante, mas ao mesmo tempo, quando você tem uma doença, as vezes só a fé não é suficiente. É como quebrar uma perna e ao invés de ir ao ortopedista engessar você ir apenas a igreja!!!

Eu confiava, eu acreditava, mas os sintomas só pioravam.

Foi então que decidi sair do serviço, minha chefe quis me dar férias, mas eu simplesmente não suportava mais. Eu sofria muito pra chegar no serviço, e quando conseguia chegar, eu geralmente ligava pro meu pai ou pro meu namorado ir me buscar porque eu estava morrendo e precisava ir ao médico.

Quando eu sai do serviço - em meados de março de 2012 - eu me embuti dentro de casa!!!

Só saia de carro, e apenas com o namorado... não tinha vontade de ver amigos ou pessoas qualquer.

Ia pra faculdade porém mal prestava atenção na aula.

Sentia vergonha, culpa e medo!!!!

Como explicar pras pessoas o que ou como eu me sentia sem parecer uma louca?

Claro que algumas pessoas permaneceram ao meu lado, algumas me abraçavam nos meus momentos de crise... mas a maioria eu apenas afastei.







terça-feira, 24 de julho de 2018

e as crises foram ficando mais frequentes...


... logo após o episódio do trem, acreditando ser um caso isolado, continuei minha rotina (trabalho, saída, namoro, faculdade, amigos...)

Porém em menos de uma semana passei mal novamente no trem.

Sentindo novamente sintomas de:

*coração acelerado
*tremor no corpo
*desequilíbrio
*sensação de desmaio

E então eu entrava no trem, conseguia ficar dentro dele duas estações, descia... e entrava no próximo trem.

Uma colega chegou a comentar que eu poderia estar grávida e que isso na verdade era enjôo.

A única coisa que eu pensava é que tinha algo de errado comigo e eu iria morrer. Não tinha outra explicação... provavelmente meu coração estava sobrecarregado. Eu literalmente acreditava que ele iria EXPLODIR. (?)

Então comecei a ir trabalhar de ônibus, pois só de me imaginar entrando no trem eu suava frio. Na primeira viagem foi tudo maravilhoso.

Mas então comecei a sentir as mesmas sensações no ônibus... e começou meu real tormento... pra conseguir me locomover em SP, o trajeto que demorava em torno de 2 horas pra chegar no serviço, aumentou pra três horas pois eu chegava a pegar mais de 6 ônibus para conseguir chegar.

Entrava no ônibus passava um tempo começava a passar mal, ai eu tinha que descer, respirar e pegar outro ônibus....

Claro que sentia que havia algo de errado, que sentir isso não era normal, já estava afetando minha vida totalmente.

As crises começaram a ficar mais intensas e ocorrerem em qualquer lugar, agora eu não precisava mais estar dentro do transporte público. Eu tinha essas crises (com os sintomas já relatados) no trabalho, em casa, na rua, na faculdade. E pensava que eu estava enlouquecendo.

Cheguei a ser levado ao pronto socorro mais de uma vez, porque eu sempre tinha certeza que eu estava morrendo e precisava de socorro, fazia eletro, não tinha nada de anormal com meu coração...

Era medicada com algum calmante e em 30 minutos eu já estava tombada e sem sentir mais nada.

Em um dos episódios, quando eu comecei a evitar tudo que eu acreditava que poderia me causar essas sensações (como ônibus) eu andei mais de 5km (uma pessoa totalmente sedentária) para não ter de entrar no meu inferno particular.

Comecei a gastar dinheiro com táxi (não, não existia Uber) e comecei a me isolar dentro de mim mesma. Andando apavorada crente que a qualquer momento eu poderia cair estatelada no chão.

Eu tinha uma crença de que me coração bateria tão forte ao ponto de romper meu peito e literalmente explodir!!!!!!!

Claro que logicamente consigo ler essa frase e acreditar que as chances disso acontecer são praticamente mínimas. Ainda mais em uma jovem que chegou a ir no cardiologista e fazer todos os exames possíveis.

Mas a sensação era tão real que eu só queria fugir de mim mesma.

Minha vida estava começando a girar em torno das minhas sensações físicas e da sensação constante da morte estar me rondando.

SINTO ELA ME RONDANDO

 Pois é, já estamos em 2023 e eu tinha acabado de dar meu depoimento em um grupo de whatsapp de como havia me curado da síndrome do pânico c...